Isto seria uma decisão aceitável, face à situação de crise, tanto que o valor até é irrisório, se ignorar-mos o cálculo obtido com esta receita. Se multiplicarmos o número de visitantes que a organização afirma receber todos os anos, mais de 500.000 (50.000 por dia), pelos “simbólicos” 2 euros, temos um resultado de mais de 1 milhão de euros. Isto é 5 vezes mais o tal corte que a câmara pretende compensar. Algo não bate certo nesta história, que de medieval tem tudo e nada. Ou a organização estaria a prever uma forte quebra na afluência do público por razões que se adivinhavam e tratou de se precaver para pagar aos intervenientes ou estávamos perante mais um exemplo de aproveitamento “troikano”, avidez por dinheiro à custa da ignorância de muitos, os mesmos do costume, a fim de obter uma receita que vai servir para tudo menos cultura e propósito de um acontecimento que é um verdadeiro êxito. Saliente-se que o Imaginarius (Festival Internacional de Teatro de Rua) esteve e está em risco de não se realizar, ou seja, o conceito cultural desta autarquia "é mais bifanas"...
Não se entende como é possível usar a boa vontade e agrado do visitante, sacando-lhe com subtileza uma pequena quantia, que até lhe passa despercebida e para alguns aceitável, com um argumento “conjuntural” no intuito de dar um mega golpe (à sua escala) "encarneirando" a massa humana apanhada de surpresa.
Um evento popular e cultural desta dimensão não escapa ao apetite voraz do lucro, assim como também não passa despercebido ao cidadão atento e crítico, que se apercebe cada vez mais das patranhas engendradas na confusão destas perturbações que vivemos. No JN em 09-07-2010, aquando da realização da edição anterior, há um ano, podia ler-se: «A espectacularidade do evento tem trazido nos últimos anos mais de 500 mil visitantes à Feira. Por isso, o presidente da Câmara, Alfredo Henriques, garante os cortes financeiros provocados pela crise não se vão fazer sentir na iniciativa. “Hoje é impensável não realizar a Viagem Medieval”. “É o evento que maior volume de negócio traz para as associações e comércio local. É um investimento com retorno garantido” disse».
No final desta 15ª edição, a organização anunciou que o evento tem agora garantida a sua auto-sustentabilidade, depois de ter registado 229 mil entradas pagas no recinto. A 15.ª edição do evento foi a primeira a funcionar com entrada paga em determinados horários e o administrador da Feira Viva - a empresa municipal que organiza a Viagem em parceria com a autarquia e com a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio da Feira - garantiu ao Expresso que a afluência de público superou as expectativas. "Contávamos vender 200 mil pulseiras e afinal vendemos 229 mil", revelou.
Portanto, era o resultado que já todos esperávamos. Os que gentilmente pagaram, vão continuar a acreditar que os valores são baixos... em prol da cultura.
(post actualizado em 12-09-2011)
No final desta 15ª edição, a organização anunciou que o evento tem agora garantida a sua auto-sustentabilidade, depois de ter registado 229 mil entradas pagas no recinto. A 15.ª edição do evento foi a primeira a funcionar com entrada paga em determinados horários e o administrador da Feira Viva - a empresa municipal que organiza a Viagem em parceria com a autarquia e com a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio da Feira - garantiu ao Expresso que a afluência de público superou as expectativas. "Contávamos vender 200 mil pulseiras e afinal vendemos 229 mil", revelou.
Portanto, era o resultado que já todos esperávamos. Os que gentilmente pagaram, vão continuar a acreditar que os valores são baixos... em prol da cultura.
(post actualizado em 12-09-2011)
mas acha mesmo que são 500 mil pessoas diferentes durante toda a viagem?! falava-se em 50 mil visitas diárias! não necessariamente 50 mil pessoas diferentes todos os dias. De qq formas, e apesar de ser uma decisao que já fora tomada bem antes desta coisa da troika (salvo erro já estava tomada em Outubro de 2010), não deixo de considerar algo exagerado o preço de 2€, embora tenda a concordar que um preço de 0,50 ou mesmo 1€ seria aceitável para as dimensões que o evento ganhou. De qq forma, até meio da semana haviam info's de cerca de 100 mil pulseiras vendidas (200 mil euros, portanto). De qq forma, tal nao significa q se venda igual nº até ao final do evento.
ResponderEliminarNão fazemos ideia de quantas pulseiras vão ser vendidas. Mas é um dado que vai ser divulgado e se fôr verdadeiro, vamos ter todo o interesse em conhecer. O número de "mais de 500 mil" foi avançado pela própria organização aquando da promoção do evento em 2010, passando a ideia de que se trata dum evento de grande importância. Já este ano, com a cobrança, querem passar a ideia de que já não são tantos assim. Certo é que a vereadora da cultura foi à RTP dizer que, não tendo dados concretos, esse número é o que consideram e que com as pulseiras, este ano, é que vão ter um número mais fiável, sendo que nunca saberão quantas visitas para além dos 500 mil, visitas essas de pessoas que entram mais que uma vez e as que entram no horário gratuito. Para confirmar isto, o presidente da câmara disse que 60 por cento destes 500 mil visitavam mais que uma vez.
ResponderEliminarPagar para entrar num espaço em que tudo o que consumires é pago,razão pela qual este ano não pus lá os pés e normalmente somos 4/5 pessoas.Acho esta medida uma vigarice,ponto
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