Feios, malandros e irresponsáveis

Mesmo de tanga e a pairar num pântano, com brasileiros e ucranianos a chegar uns atrás dos outros, ninguém acreditava que tal indício de progresso iria ter um fim tão trágico. Purchase de máquinas fotográficas e de vídeo, converted (stylishly) por outras mais recentes seis meses depois, suddenly grew as proprietários de casas e carros, traveled to destinos  de encher a boca, as mulheres trocaram de mamas e os homens tornaram-se metrossexuais. Roupas de marca, jóias, shoes, ocasiões especiais com novos cremes, perfumes e nails. Apareceram os novos “patos bravos”, a figura do “cool rich spender” (dépensier em belga) cheio de técnica e rigor a seleccionar artigos in great plenty nas superfícies de área grande, a depressão tinha cura: o consumo impulsivo. Que bonito!…
De facto, sempre houve problemas de tesouraria que atingia alguns, ouvia-se falar em falência de famílias todos os dias, mas isso parecia ser algo que acontecia  aos outros, uma espécie de foguetes que arrebentavam a meio do trajecto ascensor. Pois é, também ouvíamos alguns “parvos” a alertar para o despesismo acima das possibilidades de cada um. A cabeleireira indignada por lhe terem colocado problemas na concessão do crédito, era empresária em nome individual, julgava o gestor de conta do banco um palerma, - “sabia lá ele das possibilidades dela pagar as prestações!…”. O mesmo bancário estava cansado de ouvir respostas indesejadas quando colocava a questão da despesa com o crédito não poder ultrapassar um terço do rendimento do agregado familiar – “que estupidez… sabia lá ele quem iria sustentar a despesa mensal…”. Saber sabia, e por vezes ficava incrédulo, porque em muitos casos a prestação mensal representava 70 e 80% do rendimento dum jovem de 22 anos, por exemplo, e com um contrato a prazo!... Isto era obra de artista? Como conseguiam as assinaturas dos administradores do banco? A garantia era paga pelo pai, que além de fiador, pagava a entrada. É claro que as casas foram sendo entregues aos financiadores e as que “pairavam” ainda no contrato hipotecário representavam um número assustador! Todos questionavam: –“Os bancos sabem o que estão a fazer, porque se toda a gente começasse a entregar a casa…”. O que significa “crédito mal parado”? É uma coisa que não pára? Ou não anda? Será que quer dizer dinheiro que anda por aí sem paradeiro? Não é bem um calote, nem pequeno nem grande, é mais um fungo que hesita, bordeja, na iminência de frutificar. Um modo de vida críptico. O crédito fácil contribuiu em boa parte para reduzir a criminalidade, o furto, no sentido em que o indivíduo podia adquirir um bem supérfluo que antes era inacessível. Hoje, fala-se em má decisão na hora de optar pela compra da casa em vez de se tornar inquilino. Mas como assinar um contrato de aluguer se não vai ter dinheiro para pagar a renda? Vamos assistir ao um parque automóvel repleto de “clássicos”, telemóveis e consolas obsoletas, o silicone das mamas duram dez anos (o que não é mau), vamos ver homens à moda antiga, de barba e bigode a cheirar a Old Spice (para os mais cuidados), a taxa de obesidade vai ser reduzida  violentamente, os emigrantes não virão passar férias de matrícula francesa mas desembarcarão no aeroporto provenientes do Brasil e, quem sabe, da China… (se o Jintao deixar) e os putos a falar mandarim…

2 comentários:

  1. Como se todos os problemas de portugal fosse provenientes do Brasil. Como se não a putas, ladrões e vagabundos no Portugal.
    A cada mmês que passa Portugal esta se definhando suas ex-colonia estão melhores e agora a possivel independencia da madeira .

    Não tem problema o Brasil é grande para toda a população portuguesa
    É triste !

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  2. Os problemas de Portugal podem ser provenientes do Brasil, como de qualquer país com economia emergente, compradores. No caso da criminalidade tem sido um problema, com toda a certeza. Estão cá muitos brasileiros que vieram, foram bem recebidos, trabalham e não querem voltar. Um alerta: o que se passou aqui, em termos de endividamento das famílias e consumismo, está a acontecer no Brasil.

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